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Apenas 6,4% dos portugueses se sentem totalmente seguros quando compram no supermercado

A pandemia teve um efeito drástico na segurança dos portugueses sempre que se deslocam a lojas físicas para a compra de bens alimentares. Numa fase de pré-pandemia 71,8% sentia total segurança, hoje esse valor passou para 6,4%.

Esta é a principal conclusão de um estudo de um grupo de investigadores portugueses denominado “Alterações ao Comportamento do Consumidor Português na Compra de Alimentos Durante a Pandemia da Covid-19”, realizado junto de 741 consumidores portugueses entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021.

O estudo, promovido pela co-autora e investigadora do do REMIT – Research on Economics, Management and Information Technologies da Universidade Portucalense, Sofia Gomes, apurou também que as idas aos supermercados diminuíram de uma regularidade de três para uma vez por semana, evitando assim maior contacto naquelas superfícies.

Esta quebra da sensação de segurança, fez diminuir o tempo médio de permanência dentro das lojas de alimentos, sendo que 72,2% dos consumidores inquiridos permanecem menos de 30 minutos. Esta evolução, aliada à menor frequência de compras, teve um impacto no gasto médio despendido em cada ida às compras de €57,2.

Também os horários em que habitualmente os portugueses se dirigiam aos supermercados foram alterados, sendo que antes da pandemia as compras eram efetuadas maioritariamente após o horário laboral, entre as 17h e as 20h, assistindo-se agora a uma distribuição mais equitativa ao longo do dia, com significativo aumento no período da manhã, antes das 11h.

Apesar dos hipermercados continuarem a ser os locais de eleição (89,5%), há uma crescente procura por mini-mercados de bairro, o que contribui para a dinamização do pequeno comércio local.

Já poucos parecem recordar como eram as idas às compras numa altura em que o país não era assolado por uma epidemia, sendo que agora todo o processo de compra de alimentos envolve, em simultâneo, a utilização de máscara, a manutenção da distância de segurança e a desinfeção das mãos à entrada e à saída. 26% dos inquiridos conta ainda que tem por hábito, adicionalmente, de limpar o carrinho de compras.

Para o efeito, os consumidores que participaram neste estudo deslocam-se cada vez menos de transportes partilhados como os autocarro, metro, táxis, uber, devido ao medo de serem contagiados, preferindo as deslocações de automóvel ou moto (79,2%). Verifica-se também um aumento nas deslocações a pé (16,6%).

O estudo foi promovido em co-autoria pelos investigadores Sofia Gomes, do REMIT – Research on Economics, Management and Information Technologies da Universidade Portucalense, João M. Lopes e Márcio Oliveira, do NECE – Research Unit in Business Sciences do Instituto Miguel Torga e do Instituto Politécnico de Leiria, respetivamente e José Oliveira, da Universidade do Minho.

Ademar Dias

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