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Castro Marim apresenta estratégia de combate desperdício do consumo de água

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) escolheu o Dia Mundial da Água para convidar à reflexão sobre a eficiência hídrica no Algarve, num seminário que decorreu hoje na Universidade do Algarve e no qual estiveram várias entidades e municípios regionais, entre os quais Castro Marim.

Também hoje se assinala um ano desde o início da implementação de Zonas de Medição e Controlo (ZMC’s) no concelho de Castro Marim, uma estratégia de combate ao desperdício de água realizado através de uma candidatura ao Fundo Ambiental, realizada em estreita colaboração com a APA e cujos resultados vão permitindo agora ao Município tomar novas decisões para minimizar as perdas, designadamente:

- Substituição da rede de água na Rua Bernardino Sousa Carvalho, cuja discussão pública se realiza na primeira semana de abril;

- Controlo remoto de todas as áreas ajardinadas;

- Substituição de áreas ajardinadas dependentes de rega para espécies autóctones hidricamente mais resistentes e que exijam menor consumo de água;

A intervenção é feita, maioritariamente, pelos serviços do município e estarão instalados 36 equipamentos de controlo e medição da rede de abastecimento municipal e 125 controladores de rega e 5 antenas/estações exteriores para comunicação nos cerca de 70 espaços verdes municipais (freguesias de Altura e Castro Marim).

Em Castro Marim existem também dois grandes consumidores de água, o Campo de Golfe Quinta do Vale e o Castro Marim Golf, que até ao final do ano irão conseguir regar os campos através da água tratada da ETAR de VRSA, cuja obra resultou de um trabalho conjunto entre a câmara, campos de golfe, APA e Águas do Algarve.

Com estas medidas, o Município de Castro Marim espera reduzir cerca de 1/3 da água não faturada no concelho, minorando o grave problema das perdas de água e a incapacidade de substituição das redes de abastecimento de água. Na vila de Castro Marim, por exemplo, a rede tem cerca de 70 anos, com a agravante dos níveis freáticos serem elevados, o que prejudica a deteção clara de fugas e roturas, além da própria estrutura urbana, que dificulta intervenções pontuais.

Paralelamente e no mesmo âmbito de reflexão, a vice-presidente do Município de Castro Marim, Filomena Sintra, aproveitou para lembrar que ”estamos também num território onde está instalado um sistema de retenção de água dos maiores do Algarve, Odeleite e Beliche, e que, ironicamente, tem um problema agravado de uma intervenção pública desarticulada que deixou dezenas de povoações na zona envolvente sem água nas torneiras, apenas com água à vista!”, um ônus agora à responsabilidade da autarquia, que conseguiu estender a rede a mais de 30 povoações em 2020, restando atualmente 17 núcleos populacionais por abastecer.

 

Ademar Dias

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