Confiança dos portugueses na Justiça é mais elevada que no Governo e AR
Os portugueses têm um maior nível de confiança nos tribunais e no sistema judicial do que no Parlamento e no Governo, revela um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com dados de 2023.
Segundo o inquérito, que foi realizado entre 25 de outubro e 27 de novembro do ano passado, altura que coincidiu com a queda do Governo de António Costa, cerca de 50% dos portugueses dizem confiar nos tribunais e no sistema judicial.
Por outro lado, a percentagem da população com confiança elevada ou moderadamente elevada no Governo nacional e na Assembleia da República fica-se pelos 30%.
A percentagem de pessoas que indicaram valores elevados de confiança no Governo diminuiu mais de dez pontos percentuais em Portugal, face a 2021, mas a própria OCDE destaca que estes resultados podem estar relacionados com uma "diminuição generalizada de confiança em todo o sistema político, devido à coincidência do inquérito com o pico de uma crise política significativa que levou à convocação de eleições nacionais e regionais".
Apesar desta ressalva, no conjunto da OCDE os resultados mostram a mesma tendência: "a confiança na polícia, no sistema judicial, na função pública e no governo local é maior do que no governo nacional", na média dos 30 países que participaram neste inquérito.
Na média da OCDE, a percentagem de pessoas com baixa confiança no Governo ou sem confiança (44%) supera a percentagem daquelas com confiança elevada ou moderadamente elevada (39%).
O relatório inclui ainda outras questões relacionadas com as instituições públicas, nomeadamente revelando que cerca de metade dos portugueses está satisfeito com o sistema de educação nacional.
Por outro lado, apenas 30% se disseram satisfeitos com o Sistema Nacional de Saúde (SNS), com mais de metade dos portugueses a dizerem que se encontram insatisfeitos com o SNS.
A OCDE questionou ainda as populações relativamente à participação na democracia, o que revelou que a maioria dos portugueses (mais de 90%) é a favor de referendos sobre questões de importância nacional.
Ademar Dias