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Corrupção: Portugal apresenta o pior registo da década

Portugal desceu três lugares no Índice de Perceção da Corrupção em 2020. Desde 2012 que oscilava entre os 63 e os 62 pontos. Mas, em ano de pandemia, caiu para a última posição da década e está agora abaixo dos 66 pontos, que é o valor médio da Europa Ocidental e da União Europeia. Os dados do Ministério da Justiça são conhecidos no Dia Internacional contra a Corrupção, que se assinala esta quinta-feira.

A Dinamarca e a Nova Zelândia continuam no topo da tabela do Índice de Perceção da Corrupção.

Em 2011, 35 por cento dos arguidos por corrupção foram condenados. Um valor que subiu para 74 por cento em 2020.

Nos últimos dez anos foram constituídos mais de 1100 arguidos por suspeitas de corrupção, dos quais mais de metade são decisores públicos. Principalmente ligados a autarquias, que aceitaram luvas ou outras contrapartidas para favorecer alguém.

O fenómeno da corrupção chega também a outros setores, entre os quais o desporto. Desde o início da pandemia foram detetadas, pela Sport Radar, irregularidades em mais de mil jogos de 31 modalidades diferentes.

A Sport Radar é uma empresa que monitoriza a manipulação de resultados.

O futebol é a principal modalidade nas apostas, foram registados cerca de 32 a 33 milhões de euros por jogo, só na I Liga.

No entanto, a Sport Radar assegura que o futebol português é atrativo. E o nível de corrupção é baixo quando comparado com outros países.

O documento divulgado pelo Ministério da Justiça revela ainda que, no número de processos abertos na Polícia Judiciária por corrupção, houve um aumento de mais de um terço. Em 2011 foram abertos pouco mais de 340 e em 2020 esse número superou os 500.

Ademar Dias

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