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Cuidar da Ria Formosa é o plano da Civis

A Cívis - Associação para o Aprofundamento da Cidadania - continua a debater temas relacionados com o ambiente.

Desta vez em modo exclusivamente digital, realizaram-se duas conversas sob o mote “Cuidar da Ria Formosa”.

No dia 19 de novembro tratou-se de “Identificar as ameaças e agressões” e coube a Maria João Bebianno, do Centro de Investigação Marinha e Ambiental e a Paulo Cruz, da Agência Portuguesa do Ambiente apresentar a situação atual.

Após as suas apresentações, respostas às questões da audiência e debate, ficámos com a ideia que a situação ambiental da Ria Formosa tem vindo a melhorar nas últimas décadas, mas persistem alguns problemas de poluição, provocados principalmente pelas águas das chuvas, pela atividade agrícola, pelo lixo abandonado pelos utilizadores da Ria e também pela navegação. Simultaneamente, novos problemas carecem de atenção, como os microplásticos, os resíduos das embarcações e de fármacos e produtos de higiene pessoal.

No dia 2 de dezembro, “Enfrentar as ameaças e agressões” foi uma conversa onde Maurício Namora, da empresa de aquacultura de bivalves Mirabilis relatou que começaram por uma ação de reabilitação ambiental retirando da Ria toneladas de lixo (plástico e metal) e agora desenvolvem produção extensiva, com baixas densidades e sem alimentação artificial e apresentou preocupação com fenómenos de poluição biológica, principalmente por microrganismos capazes de dizimar as culturas e algas invasoras cuja abundância ameaça os bancos naturais de amêijoa boa. De seguida, Pedro Lopes descreveu as preocupações ambientais do Grupo Pestana, tanto na gestão dos alojamentos como na manutenção dos campos de golfe, deixando claro que estas atividades não emitem poluentes para a Ria. Na sua perspetiva, o impacto ambiental dos campos de golfe está no seu grande consumo de água, por isso a empresa se prepara para reutilizar águas residuais.

Finalmente, Carla Martins, da Linked Green apresentou uma perspetiva abrangente sobre a questão da poluição dos mares com plástico, concretizando com dados de resíduos na Ria Formosa e desafiou a audiência a modificar a sua atitude individual face ao uso de plástico, apresentando estratégias para a redução do consumo e recurso à reciclagem como último recurso. Propôs ainda a assinatura da petição “exija tara recuperável” e o cálculo do consumo individual de plástico, na calculadora de plástico da organização “Dia da Terra”.

No final destas conversas ficamos cientes que existem problemas, claramente identificados, houve evolução positiva nas últimas décadas e foram apresentadas estratégias, umas já implementadas, outras em implementação, bem como sugestões de ações individuais, coletivas, económicas e políticas.

Estas reuniões estão disponíveis, gravadas na página do Facebook intitulada Civis cidadania, em https://www.facebook.com/civis.cidadania.5

 

Ademar Dias

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