Dois reclusos de Alcoentre arguidos por 30 burlas qualificadas em operação da GNR de Faro
O Comando Territorial de Faro da Guarda Nacional Republicana, através do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Faro, no dia 3 de junho, constituiu arguidos dois homens de 34 e 42 anos por burlas qualificadas, em Alcoentre.
No âmbito de um inquérito que decorria há cerca de quatro meses e no qual se investigavam 30 burlas qualificadas, com proveito superior a 27 mil euros, para os suspeitos, os militares da Guarda deram cumprimento a dois mandados de busca às celas de dois reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, que resultaram na apreensão de um telemóvel, dois cartões SIM e diversos apontamentos relacionados com as burlas praticadas pelos suspeitos, nomeadamente registos de nomes, valores e dados bancários dos lesados.
Os visados na investigação faziam-se passar por Inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Autoridade para as Condições do trabalho (ACT) ou outras entidades, e a partir do estabelecimento prisional efetuavam chamadas telefónicas para estabelecimentos comerciais de todo o país, sobretudo restaurantes, invocando a existência de irregularidades no estabelecimento e solicitando o pagamento imediato de uma coima, através de transferência bancária, para assim evitar uma alegada inspeção ao local com consequências mais gravosas.
A ação contou com a colaboração da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, tendo sido presidida por dois Procuradores do Departamento de Investigação e Ação Penal de Faro.
Os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Faro.
A Guarda Nacional Republicana informa e esclarece que as entidades de fiscalização oficiais não contactam as pessoas/estabelecimentos via telefone sob “ameaça de fiscalização” ou qualquer outro tipo de ação. Se for alvo deste tipo de contacto, solicite a identificação do elemento, o seu local de trabalho e confirme com o serviço ou exija notificação pessoal.
A GNR aconselha:
Não partilhe dados pessoais ou dados bancários, com desconhecidos;
Não se deixe pressionar para decidir algum negócio sem um tempo de reflexão.
Seja prudente e adote a postura de desinteresse e saiba dizer “Não”. Lembre-se que os burlões sabem que as pessoas cometem erros sob pressão.
Os especialistas recomendam que use apenas meios de pagamento com os quais esteja verdadeiramente familiarizado;
Não assinar documentos sem ter a certeza do seu conteúdo;
Não confiar em indivíduos estranhos, bem-falantes e cheios de boas intenções;
Caso desconfie de algo, deve denunciar imediatamente à GNR.
Ademar Dias