SulOffice.pt

Mensagem de erro

Views XML Backend: HTTP response: php_network_getaddresses: getaddrinfo failed: Name or service not known. URI: https://radiohorizonte.com/streaming/rds.xml

Loulé evoca os 50 anos do golpe de estado no Chile

Numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Loulé, da Casa da América Latina e da Embaixada do Chile, nos dias 9 e 10 de outubro Loulé assinala o 50º aniversário do golpe de Estado militar no Chile, com um programa de atividades culturais.

Na próxima segunda-feira, dia 9, pelas 21h00, há cinema no Auditório do Solar da Música Nova, com a apresentação do filme “El Clavel Negro – O Cavaleiro Negro”, de Ulf Hultberg.

A película de 2007 retrata a vida do embaixador da Suécia no Chile, Harald Edelstam e a sua luta para ajudar os refugiados chilenos. Após o golpe e em plena ditadura militar de Augusto Pinochet, Harald Edelstam luta pelos direitos humanos, justiça e dignidade, e ajuda centenas de presos políticos a conseguir os documentos necessários para salvar suas vidas. Tido como um herói moderno, os feitos de Harald são até hoje celebrados e tidos como exemplo de humanidade.

Da sétima arte aos debates, no Convento de Espírito Santo, dia 10, durante a manhã (das 10h00 às 13h00), realizam-se duas mesas-redondas sobre aquele período da história chilena. A primeira conta com a presença da Embaixadora do Chile em Portugal, Marina Teitelboim, dos investigadores Álvaro Soto Carmona e Fernando Camacho Padilla, da Universidade Autónoma de Madrid, e do investigador Francisco Javier Morales Aguilera, da Universidade de Santiago de Compostela, vencedor da mais recente edição do Prémio Científico Mário Quartin Graça com uma tese sobre o conturbado período chileno que antecedeu o golpe de Estado.

A segunda mesa redonda, às 12h00, foca-se na diáspora decorrente do exílio e na pergunta “o que é o chile para os luso-chilenos de segunda geração?”. Para este painel estão confirmadas as presenças de Roberto Santandreu, fotógrafo chileno a viver em Portugal há vários anos; Catarina Ariztía, filha do pintor chileno Francisco Ariztía, que também residiu em Portugal durante longos anos; Carmen Yanez, poeta chilena a viver em Espanha e Luís Cristina de Barros, Embaixador português que cumpriu serviço no Chile.

No encerramento deste ciclo que nasce da estreita parceria que o Município de Loulé tem estabelecido com a Casa da América Latina e com os países que integram esta instituição, sobe ao palco do Cineteatro Louletano, pelas 21h00, a Brigada Victor Jara. A Brigada Victor Jara foi criada em 1975 e tem este nome em homenagem ao cantor chileno – Victor Jara -, detido pelos militares chilenos afetos ao General Augusto Pinochet em 12 de setembro de 1973, um dia após o golpe de Estado, e brutalmente espancado e assassinado cinco dias depois com marcas de 44 balas no corpo.

Este será um momento musical que não deixará ninguém indiferente não só pelo simbolismo do concerto, mas também porque o coletivo Brigada Victor Jara é uma referência incontornável da música portuguesa

Todas as iniciativas são de entrada livre.

Recorde-se que o Golpe de Estado de 11 de setembro, ocorrido no Chile em 1973, foi um golpe militar que derrubou o regime democrático constitucional do Chile e depôs o seu presidente, Salvador Allende, tendo sido articulado conjuntamente por oficiais insurretos da marinha e do exército chileno, com apoio militar e financeiro externo, bem como de organizações terroristas chilenas, de tendências nacionalistas-neofascistas. Foi encabeçado pelo general Augusto Pinochet, que se proclamou presidente. Deu origem a um regime ditatorial que durou 17 anos e foi responsável pela execução de cerca de 40 000 pessoas.

Ademar Dias

Partilha este artigo