Plano Estratégico de Cultura de Loulé já está a “escutar” as pessoas no terreno
Já arrancaram as primeiras sessões participativas do Plano Estratégico de Cultura de Loulé 2034, um plano estratégico a dez anos para o município, no setor da Cultura. A primeira sessão, orientada por Manuel Gama, do Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura (PolObs) pertencente ao Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, decorreu a 12 de setembro e contou com a presença do presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo. A segunda sessão, dirigida exclusivamente ao tecido associativo, teve mais de 60 pessoas, ultrapassando as 40 associações.
Ao contrário do que muitos imaginavam, o Plano ainda não está concluído: na verdade, está apenas a começar. Isto porque, ao invés de se dar conta à comunidade de um plano elaborado de modo unilateral, a ideia é que o mesmo assente nos contributos da comunidade.
A função da Universidade do Minho é coordenar e assegurar que é seguida uma metodologia científica que pressupõe vários passos tais como entrevistas, conferências, inquéritos, visitas e palestras. O objetivo é recolher o máximo de contributos por todo o concelho, chegando a diferentes estratos etários, sociais, económicos e políticos, do litoral ao interior. Assim, segundo Manuel Gama, serão os munícipes de Loulé a contribuir para a definição do “desenho” do Plano Estratégico de Cultura de Loulé 2034, identificando as necessidades, os eixos, os valores e as tipologias de ação.
Numa primeira fase, haverá divulgação online (através dos sites e redes sociais dos equipamentos culturais da Câmara Municipal de Loulé e Juntas de Freguesia) mas estão previstas também formas mais “clássicas”, tais como caixas de sugestões, postais e formulários, ou simplesmente contactando a Câmara ou as Juntas de Freguesia com sugestões em papel.
Certo é que este é um passo estrutural para Loulé, até porque permitirá melhor rentabilizar e gerir o investimento em Cultura, maximizando o seu impacto no território e ao mesmo tempo cruzando com outras áreas de desenvolvimento, tais como a Educação, o Turismo, o Urbanismo e a Ação Social, por exemplo.
O projeto integra duas fases principais: um diagnóstico transdisciplinar das dinâmicas culturais municipais e um Laboratório Cidadão. Este último contará com 15 sessões com pessoas previamente selecionadas, mas estará sempre aberto a novas participações. Refira-se que são ainda poucos, a nível nacional, os municípios que têm desenvolvido planos estratégicos para o setor da Cultura: num estudo recente, apenas 10 a 15 por cento dos municípios têm planos estratégicos nesta área.
O Plano, considerado de extrema importância para Loulé, que tem na Cultura um dos seus eixos principais de intervenção, deverá estar pronto em maio de 2025 e será depois submetido a consulta pública, e aprovado em Assembleia Municipal.
Os interessados poderão enviar as suas sugestões para o email manuelgama@ics.uminho.pt
Ademar Dias