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Loulé: música com vegetais, conferências sobre turismo e cultura, dança e teatro no Cineteatro

Em junho, há teatro, dança, música, performance e arte para a infância no Cineteatro Louletano. E não falta sequer um workshop para aprender a fazer música… com verduras.

Fazer instrumentos tendo como ponto de partida uma courgette ou uma cenoura é um desafio que os músicos da The Vegetable Orchestra levam muito a sério. E é isso mesmo que estão dispostos a ensinar num workshop criado de propósito para o efeito, no dia 2 de junho, num projeto da Central Artes realizado na Universidade Sénior em Loulé.

Tal como as verduras, a programação de junho é fresca e carregada de novidades, trazendo à cena logo no dia seguinte, 3 de junho uma (re)interpretação de “Memorial do Convento” que incluiu uma residência com uma escola em Quarteira e que culmina com um bailado em três atos pela Companhia Dança em Diálogos. Isto na altura em que se assinala o Centenário do escritor José Saramago, prémio Nobel da Literatura. Há sessão para escolas e, a 4 de junho, uma outra, para o público em geral.

No dia 5, às 17h00, o Cineteatro dá-lhe música, com o regresso de Manel Cruz. O vocalista dos Ornatos Violeta, Pluto, Foge Foge Bandido e Supernada está de volta, com “Vida Nova”, álbum composto maioritariamente no ukulele, que resulta da vontade de voltar ao estúdio e aos palcos.

No dia 11 à noite, Joana von Mayer Trindade e Hugo Calhim Cristóvão trazem-nos um espetáculo irreverente de dança, com um título irredutível, que não resume tudo: “Fecundação e alívio neste chão irredutível onde com gozo me insurjo”. Uma peça baseada no conceito filosófico de irredução.

Dia 12, um guitarrista algarvio que tem vindo a ganhar nome a nível nacional e internacional: Ricardo J. Martins, um mestre da guitarra portuguesa. Ricardo traz a Loulé o novo álbum “Escapismo”, uma reflexão sobre a atitude de fuga ao quotidiano ou a uma realidade específica, levando-nos para múltiplos ambientes musicais.

Os filmes franceses continuam em junho, num ciclo organizado pela Alliance Française Algarve que perdura ao longo do ano (excetuando julho e agosto) no Auditório do Solar da Música Nova. Desta vez, no dia 14 sobe à tela “Petit Paysan”, um drama de 2016 de Hubert Charuel que nos apresenta Pierre, um criador de vacas que fará de tudo para salvar os animais quando surge uma epidemia que põe em causa a vida delas – e a dele.

Do cinema passamos para a música e teatro.

A 16 de junho, a Companhia de Música Teatral traz-nos “Aguário”, uma belíssima peça que se baseia, como o nome indica, num dos bens mais preciosos do planeta Terra, a água. Um conjunto de três experiências autónomas, numa viagem artística e educativa para a contemplação e fruição, mas também para a sensibilização ambiental. Esta peça inclui oficinas na escola EB1 D. Francisca de Aragão, em Quarteira, de 6 a 9 e mais tarde a 13 de junho.

A 18 regressa uma iniciativa que Loulé tem apoiado, pelo interesse e abrangência que tem na divulgação de projetos e talentos locais a nível nacional e no estrangeiro. Falamos do RHI Think, Revolution, Hope, Imagination, organizado pelo Arte Institute sedeado em Nova Iorque e liderado por uma portuguesa, Ana Ventura. Destaque para o showcase das bandas “Bloody Sam”, “Suricata” e “Recante” e para quatro conferências: “Portugal is culturally entrepreneurial”, “How to Produce for Culture and Tourism”, “Tourism and Culture United – Brazil Case Studies” e “The International Cultural Market through the voice of some of the most world renowned programmers”.

A 24 de junho, novamente dança, com uma companhia baseada no Algarve, a Devir-Capa. José Laginha e Marlene Vilhena apresentam “Um pedido – por favor – dê-me um exemplar de Deus”, uma peça que gira à volta de Amália e do Fado. Também esta peça prevê um workshop no Ginásio dos Espanhóis, para dar a conhecer parte do processo criativo, que cruza vários universos, entre eles o de Mário Laginha, Gonçalo M Tavares e Clarice Lispector, entre outros.

A 26, teatro para crianças e famílias, numa produção da Associação Figo Lampo. Vem aí “A mágica aventura da Mi Nhoca”, a estória de duas minhocas insatisfeitas com o seu dia-a-dia que se encontram no palco para embarcar numa viagem mágica em busca do seu propósito de vida. Como é apanágio desta associação, a peça destaca a importância da sustentabilidade ambiental.

No mesmo dia, 26 de junho, o reagendamento da peça “Adágio para três irmãs”, por outra associação local, a Folha de Medronho. “Adágio para três irmãs” é um retrato da Rússia na vertigem da revolução de 1917 que é estranhamente atual, levando-nos a pensar que também hoje atravessamos um momento histórico, entre um antigamente em que «éramos felizes e não sabíamos» e um futuro cheio de incertezas, ilusões e esperança.

Por fim, a 29, um espetáculo internacional que faz a abertura do Festival MED, no Cineteatro Louletano. Ao vivo, juntos, Lina e Raül Reffree. A talentosa cantora portuguesa de fado cruza a sua voz com a mestria do produtor espanhol Raül Refree, que já trabalhou com Silvia Perez Cruz, Lee Ranaldo ou Rosalía. O duo apresenta uma nova e revolucionária perspetiva sobre Amália e sobre o Fado, num concerto que promete ser inesquecível e que abre as portas ao regresso de um dos festivais mais aguardados do verão, o Festival MED, agora sem restrições.

Com uma programação de referência (que pode consultar no site e no Facebook do Cineteatro), o CTL está credenciado pela Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, integrando ainda a Rede de Teatros com Programação Acessível, proporcionando espetáculos com interpretação de Língua Gestual Portuguesa para S/surdos e outros com Audiodescrição, para pessoas cegas ou com deficiência visual.

O CTL é uma estrutura cultural no domínio das artes performativas da Câmara Municipal de Loulé, e é também um dos promotores da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da Rede 5 Sentidos.

Ademar Dias

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